A maneira com que as empresas se comunicam com os consumidores nunca é a mesma. Muda ao longo do tempo, se adaptando ao modelo de consumo das pessoas. Já tivemos foco no produto, foco na marca e hoje, com um mundo individualizado, com destaque para o eu, mas não deixando de lado os grupos (falarei sobre isso no post seguinte), as empresas se focam no consumidor para depois desenvolver um produto. Ou seja, nós somos o centro de tudo. E como elas se focam em nós? O que mais vale é uma experiência. Se você tem uma boa experiência com algum serviço/produto/marca você se apega a ele e divulga isso para seus amigos. E hoje, com todas as ferramentas da Internet (principalmente Twitter) é fácil para uma empresa se relacionar com seus consumidores.
Se você quer saber mais sobre isso, veja o vídeo abaixo.
Se surgiu interesse maior ainda, leia alguns livros. É um assunto que eu gosto. Leia A estratégia do oceano azul, Wikinomics, Long Tail, Free. Procure tírulos relacionados a esses, que explicam como vem mudando a interação empresa-consumidor.
Mas continuando o texto, em busca de oferecer aos seus consumidores a experiência, empresas se fazem oisas como flash mobs. E o que é isso? É quando uma galera se junta em um lugar pra fazer algo combinado e, assim que terminam, vão embora. Esses dias, acho que semana passada, surgiu aí na Internet um vídoe em que o Black Eyed Peas canta I gotta feeling na abertura da 24ª temporada de Oprah, com uma galera dançando uma coreografia já combinada, em algum lugar em Chicago. Isso aí é um flash mob. A música é bem divertida, se você ainda não viu o clipe, veja. A Fergie já faz valer a pena.
No vídeo acima, se você viu até o fim, viu uma propaganda da T-Mobile. Pra quem não sabe, T-Mobile é uma empresa alemã de (como o nome diz) telefonia móvel. Ela é mestre nesse tipo de ação e agora você se pergunta: Tio, como foi que fizeram aquilo? Eu mostro:
O que aconteceu foi o seguinte: alguns dançarinos foram colocados no meio do pessoal e assim todos aprenderam a (fácil) coreografia. Fala sério, essa aí qualquer um consegue dançar. Mas é essa a ideia. Todo mundo dançar.
E então você pensa que não foi tão espontâneo assim. Realmente, não foi. Não houve tanta interação nem experiência memorável com a marca. Não houve. Tenho certeza que quem esteve ali se lembrará muito mais da Oprah ou do Black Eyed Peas. A patrocinadora não foi marcante em momento algum do vídeo. Então qual o motivo? Eu realmente não sei. Tem gente dizendo até que é uma promoção da cidade de Chicago que compete com Rio de Janeiro e Tóquio para receber as Olimpíadas em 2016. Não faz muito sentido pra mim, mas já que o Obama até empunhou um sabre de luz semana passada, não duvido de nada.
Mas para a T-Mobile, isso já virou meio que tradição. Começou com isso:
Em Londres, acho que na estação Liverpool Street. Aí sim houve interação. Mas como assim? Parece que todos são dançarinos. Mas teve gente que participou, que interagiu com os dançarinos. Veja as old ladies. Veja o maluco de cabelo muito louco. Veja o negro que entra meio desajeitado no meio da galera. Veja a moça que dá uma requebradinha no maior estilo gringo com o celular na orelha.
E você não acredita?
Mas tudo bem, aceito que não houve tanta interação assim. Aí a T-Mobile evoluiu. Esse vídeo ficou famoso na Internet, então passado algum tempo, eles convocaram o pessoal.
Lançaram um teaser (se é que isso foi um teaser) convidando o pessoal para ir até a Trafalgar Square e participar de uma nova ação. Se você tivesse visto o vídeo e morasse em Londres, iria, não? Eu teria ido, afinal, estaria esperando algo grandioso. E foi exatamente isso que aconteceu.
Uma multidão compareceu, faltaram microfones e sobrou interação. Todo mundo cantando, até a Pink (P!nk, se preferir), parecia mesmo um show do Paul, com menos gente é claro. Um show um pouco mais reservado. Pessoas até pararam na rua e aposto que foi uma experiência inesquecível pra quem participou. Eu, que não estava lá, que só vi o vídeo, penso que caso precise de um celular na Europa um dia, comprarei um T-Mobile. É a única empresa estrangeira de telefonia móvel que tenho na minha cabeça e graças aos vídeos acima. E como eles fizeram isso tudo?
E funcionou? Tenho certeza que sim. Não só pelo que eu achei, mas sim pela reação do pessoal.
Aí, você, que é chato, muito chato mesmo, diz que pode ter sido depoimento pago. Então eu te mostro o seguinte:
Aposto que esse cara não vai se esquecer desse dia jamais. Ou você acha que ele vai se curar tão cedo da vergonha que passou, cantando pra uma multidão Britney Spears empolgadamente?
Empresas como a T-Mobile já perceberam como são as relações dos seus consumidores com seus produtos/serviços/marcas e notaram que hoje, para uma empresa grande, é difícil se restringir a um mercado local. Por isso, músicas conhecidas mundialmente (todo mundo conhece um sucesso como Hey Jude), vídeos postados no YouTube e uma experiência incrível com pessoas, clientes ou não da marca.
É o começo de um tempo em que nós seremos o ponto de partida. O nosso comportamento. Seremos o que move uma organização, e não mais movidos por elas.
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